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Travessias do Paraná

  • Paulo Taqueda
  • 15 de fev. de 2018
  • 4 min de leitura

O Paraná é um dos berços do montanhismo brasileiro, tendo sua primeira ascensão em 1879 quando uma equipe comandada por Joaquim Olimpio Carmeliano de Miranda conseguiu chegar ao cume do Conjunto Marumbi. Daqui saíram muitos montanhistas renomados internacionalmente, tal como Waldemar Niclevicz.


O Conjunto Marumbi é composto por 9 montanhas (Rochedinho, Facãozinho, Boa Vista, Olimpo, Gigante, Torre dos Sinos, Ponta do Tigre, Esfinge e Abrolhos), existem diversas formas para se chegar ao topo do Olimpo podendo se fazer um circuito, ir e voltar pela mesma trilha ou até mesmo escalando.


Uma das caminhadas mais difíceis do Paraná é a Travesia Alpha Omega, que faz a ligação do Conjunto Marumbi até o Morro do Canal ou vice e versa. Essa travessia normalmente é feita em 3 dias podendo se estender a mais dias por conta da difícil navegação. Iniciando no Conjunto há duas opções: ir cumeando ou ir pela Free Way. A primeira opção é a mais longa onde se passa pelo cume do Leão, Angelo e Bandeirantes até chegar à asa do avião que está no Morro Pelado, a segunda opção é mais curta e passa na Cascata Dourada antes de subir para o Morro Pelado. Dali em diante tem o Chapéu, Chapéuzinho, Espinhento, Alvorada 1, 2, 3 e 4, Mesa, Sem Nome, Carvalho, Ferradura, Morro do Vigia, Torre Amarela e Morro do Canal, porém não precisa cumear todos para realizar a travessia.


A Travessia da Serra da Farinha Seca é uma boa opção para se fazer no inverno, quando se tem menos volume de água nos rios da região. Existe a opção de fazer somente a metade da travessia, iniciando na Fazenda Garbers e saindo pelo Rio do Meio até chegar à Graciosa Antiga. Na Meia Travessia da Farinha Seca nem todos os cumes estão no trajeto, tendo a opção de fazê-los ou não. No total são 6 montanhas até chegar ao Rio do Meio: Mãe Catira, Morro do Sete, Pequeno Polegar, Casfrei, Esporão do Vita e Tapapuí. Na Travessia completa entram mais 6 cumes: Tanguiri, Pico da Farinha Seca, Morro dos Macacos, Mojuel, Jurapê e Balança. A Travessia completa pode ser feita em 2 dias, porém se o nível do Rio Ipiranga estiver muito alto você terá dificuldades para passar.


O grande parque de diversões é a Serra do Ibitiraquire, onde se tem pelo menos 5 travessias e mais de 30 montanhas para se aventurar. A mais fácil delas, podendo-se fazer em um dia, é a Travessia das Fazendas. Ela consiste em ir da Chácara da Bolinha até a Fazenda Pico Paraná/Fazenda Rio das Pedras ou vice e versa. Essa travessia pode-se fazer de várias formas, mas a mais rápida passa por somente 4 montanhas: Camapuã, Tucum, Cerro Verde e Itapiroca. Pode-se acrescentar outras montanhas como Taquaripoca, Pico do Luar e Siri. A segunda travessia mais fácil é a Travessia 7C, que consiste em fazer a Travessia das Fazendas + o Caratuva, Taipabuçu, e descer a Face Leste do Ferraria até a Fazendo Lírio do Vale em Antonina, totalizando 7 Cumes. Existe também a pouco conhecida Travessia Transversal, que consiste em iniciar na Fazenda Rio das Pedras e terminar na Fazenda Lírio do Vale, passando por 5 cumes: Guaricana, Ferreiro, Ferraria, Saci e Jacutinga, e também por outras atrações pelo percurso como: Cachoeira dos Cabos, Janela da Conceição, Janela da Cotia, Salto Saci e Piscina dos Elefantes. Outra boa é a Travessia Bolinha x Graciosa, que se inicia no Ciririca, tendo a opção de ir ao Agudo da Lontra, Agudo da Cotia e Agudo da Cuíca, passando pelo Colina Verde e descendo sentido Garganta 235, onde se tem o Tangará, Coxotós, Arapongas e por último o Chapéu de Sol antes de chegar no Marco 22 da Estrada da Graciosa. A travessia mais complexa consiste em ligar o Guaricana até a Estrada da Graciosa, atravessando de ponta a ponta, de Norte a Sul a Serra do Ibitiraquire. Não posso deixar de falar do Conjunto Ibiteruçu, composto pelo Pico Paraná, União, Ibitirati, Tupipiá e Camelos.


A mais difícil de todas é a Alpha Crucis, que consiste em fazer as 3 travessias citadas acima: Travessia Alpha Omega, Travessia da Serra da Farinha Seca e Travessia da Serra do Ibitiraquire em uma única jornada. Tal feito foi realizado somente duas vezes, uma em 2012 por Jurandir Constantino e Élcio Douglas em 10 dias subindo 44 cumes e outra em 2017 pelo grupo Momontanha: Leandro Cechinel, Cleverson Souza e Lucas Feltrin totalizando 12 dias e 55 cumes.


Uma das travessias mais bonitas é a Travessia Araçatuba x Monte Crista, iniciando em Tijucas do Sul no Paraná e indo até Garuva em Santa Catarina. Esta travessia tem cerca de 70 km, atravessa a Serra do Papanduva passando pelo Araçatuba, Baleia e Moréia, chegando à Serra do Quiriri onde se tem outras montanhas como: Bradador, Pedra do Lagarto, Pedra da Tartaruga, Pico Quiriri, Pico Garuva, Pico Jurema e Monte Crista. Para fazer essa travessia deve-se estar com GPS, não é difícil estar com neblina na região dos campos do Quiriri, o que dificulta muito a navegação visual.


A Serra dos Capivaris é pouco freqüentada e sua travessia não está bem consolidada, ali tem algumas montanhas como: Capivari Grande, Capivari Médio, Capivari Mirim, Capivari IV e outros morrotes.


Para aqueles que desejam começar a fazer travessias sugiro começar pelo Caminho do Itupava, iniciando em Quatro Barras e terminando em Morretes. É uma bela caminhada para iniciantes.


Espero que essa reunião de informações venha contribuir para o montanhismo, tendo em vista que esse texto não serve como guia, servindo apenas para conhecimento geral das travessias do Paraná.



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