Ataque aos Morros Boa Vista, Leão, Ângelo e Olimpo.
- Kelvin Lago
- 13 de out. de 2017
- 4 min de leitura
O domingo dia 23/08/2015 começou cedo, saí de casa 3:30 da madrugada para passar na casa do parceiro LDI Paulo Taqueda, que nessa noite nem dormiu. Sem demora voamos baixo em direção a Graciosa.
Carro no estacionamento em Prainhas, mochila de ataque nas costas, cadastro no Posto do IAP (SQN, posto fechado pouco antes das 5 da matina) e bora subir 1 hora pela bendita estradinha que leva à Estação Engenheiro Lange. Mais alguns minutinhos e já estávamos tirando fotos ao lado da Estação Marumbi.
Às 6 horas iniciamos a Trilha Frontal. Alguns minutos depois cruzamos o Rio Taquaral e aproveitamos para abastecer os cantis.
Caminhada fluindo bem, ar fresco da manhã, o dia já nascendo, logo chegamos a bifurcação que da inicio a Picada Pau do Maneco. Daqui pra frente era terreno desconhecido para mim e para o Taqueda também.
A trilha sobe beirando o Rio Taquaral. Nos disseram que a trilha estaria bem fechada, mas não foi isso que constatamos. Além de a trilha estar em condições razoáveis (dadas às proporções com que é utilizada) tinha pegadas frescas.
A trilha vai ganhando altitude e logo chegamos a um tipo de Dique, uma enorme parede de rocha blá blá blá... Antes desse paredão de rocha tinha um grande deslizamento natural do solo, que tinha levado junto uma arvore gigantesca. Lembrei do estrago que os seres humanos causam na natureza quando estão fazendo trilhas, mas não chega nem perto do que a própria natureza causa nela mesma.
Tendo o Rio Taquaral por companhia chegamos ao Vale dos Ovos. Um lugarzinho tranquilo e com um pequeno rio de águas cristalinas. Nesse momento um simpático Beija-Flor ficou alguns segundos nos fazendo companhia.
Sem perder tempo, completamos os cantis novamente e partimos. Alguns metros à frente passamos pela bifurcação da Trilha denominada Freeway que leva ao Morro Pelado. Não tem muita coisa de Free não!! Depois disso a trilha vai pelo meio de alguns bambuzinhos e muito mato até chegar num primeiro mirante, uma pedra de uns 3 metros de altura com uma corrente para auxiliar nessa parte. Nesse ponto já se avista toda a Serra da Farinha Seca, Serra do Ibitiraquire, Serra da Baitaca e UHM.
Alguns minutos à frente já se chega nos campos de altitude e lá pelas 9:30 da manhã pisamos no primeiro Cume do dia, o Boa Vista (1.491m). Realmente, daqui se tem uma boa vista, muito linda e privilegiada. Daqui se vê o restante do Conjunto Marumbi, de uma maneira totalmente diferente do que está acostumado.
Pausa para um café da manhã e logo em seguida iniciamos a descida do lado de trás do Boa Vista.
Olhando de cima, o vale entre o Boa Vista e o Leão é muito grande e parece que vai levar umas 2 horas para chegar ao Cume do Leão. Tirando uma grande parede de rocha com uma corrente muito complicada de descer logo no início da descida (deve-se cuidar com algumas gretinhas) e a trilha um pouco fechada por poucas pessoas se aventurarem por ali, a descida ao vale foi rápida e nas mesmas proporções foi a subida e em pouco tempo já estávamos chegando no Cume do Leão, o segundo do dia.
O vento ali estava muito forte e quase nos lançava montanha abaixo. A ideia era chegar somente até no Leão, que é a montanha mais alta da Serra do Marumbi, mas como o Ângelo é bem pertinho, decidimos andar mais 5 minutinhos e pisar no cume do Ângelo também. Pausa para tirar umas chapas, olhar a Serra do Marumbi em direção ao Morro Pelado, Bandeirante e ficar matutando a Travessia Alpha Ômega que está nos planos há algum tempo.
Mochila nas costas e pernas pra que te quero. De volta ao Leão, desce o vale, sobe o vale, chega-se novamente na maldita pedra próxima ao cume do Boa Vista. Como o Taqueda estava se enrolando para subir pela corrente dadas as dificuldades, andei mais alguns metros à frente e encontrei uma corda que sobe por um paredão. Um pouco mais fácil, mas as gretinhas ao lado dão um certo medo.
Passamos batido no cume do Boa Vista e seguimos em direção agora ao Olimpo, o quarto cume do dia. A trilha está em boas condições e isso faz com que a caminhada seja rápida. Logo passamos no Meia Lua e alguns minutos à frente a chuva nos surpreendeu, e agora não bastavam as fortes rajadas de vento, também a chuva para incomodar. Essa creio eu que seja a pior parte, pois passa por cima de algumas rochas e fica um tanto quanto exposto a precipícios. Contornadas as dificuldades chegamos na Pedra da Lagartixa. Aqui se cair para um lado, precipício, se cair para o outro, quiçaça e mais precipício. Logo, é melhor que não caia! Em instantes chegamos ao Cume do olimpo (1.539m) o ponto mais alto do Conjunto Marumbi. Pausa para assinar o livro, matar a fome e sumir daquele frio.
A descida se deu pela Trilha Frontal. Foi molhada, perigosa, mas rápida. Pouco mais de 2 horas já estávamos tirando fotos junto à placa no início das trilhas. Daí em diante foi só descer a estradinha sentido o IAP em Prainhas, onde roupas secas e quentes nos aguardavam no carro.
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